sábado, 12 de janeiro de 2013

Política: O novo "Messias" Socialista




Normalmente a desorientação é muita quando perdemos a figura de proa, uma personalidade que nos guie. Perder o comandante a meio da tempestade é algo que muitos marinheiros temem e que pode levar o navio a afundar-se. 

Isso aconteceu com o Partido Socialista com o exílio parisiense de José Sócrates. Órfão, o partido optou por excluir temporariamente a herança socrática, apostando num não muito consensual António José Seguro.

Seguro tem desiludido muitos militantes, que nele não vêem o carácter necessário para liderar o Partido Socialista, em alturas turbulentas como esta. Alguns socráticos, acusam-no mesmo de não passar cá para fora uma mensagem forte que se tem vindo a formar dentro do partido.

Sem opções internas, e enquanto António Costa não se chega à frente, os socialistas vão depositando toda a sua esperança em figuras externas. Primeiro foi François Hollande. O francês foi eleito presidente do segundo país mais forte da zona euro, e os socialistas indígenas adivinhavam que ele seria a pessoa que iria acabar com as políticas austeras, trazendo de novo o equilíbrio do crescimento à Europa.

Bem, enganaram-se.

Apesar de uma ou outra medida de fogacho, Hollande não esteve à altura das esperanças nele depositadas (que verdade seja dita, eram irrealistas). O presidente francês acabou até por adoptar medidas que em Portugal foram desconsideradas.

Passado Hollande, uma nova figura se alinha e que promete liderar os socialistas europeus. Compatriota da Chanceler Merkel, esse político promete mudar a face política europeia. Assumido defensor de políticas económicas do género dos eurobonds, Martin Schulz promete lutar por um maior equilíbrio entre países pobres e ricos.

Contudo, os problemas do sr. Schulz começam em casa. É sabido que uma grande fatia do eleitorado alemão está cansada dos resgates alheios. Também não são muito receptivos à ideia de eurobonds.
O sr. Schulz, face a este problema, e tendo em conta que o próprio SPD é contra estas medidas, decidiu optar por outra via. Contudo, esta nova “via”, (exemplificada com o European Redemption Fund) já vai sendo criticada por alguns economistas atentos à crise europeia.

Por último, convém não esquecer que Martin Schulz não é assim tão alérgico às reformas que têm vindo a ser efectuadas em Portugal. O presidente do Parlamento Europeu, referiu que “Portugal se encontra no bom caminho depois dos sacrifícios imensos que o país tem feito”,chegando mesmo a elogiar o governo português por não se esconder “atrás das instituições europeias”.

Se Martin Schulz é uma boa aposta, ainda não temos provas concretas. Mas que há indicadores que apontam para a possibilidade da repetição do “fenómeno Hollande”, isso sem dúvida. 

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